No dia em que se comemora o Dia Estadual do Auditor de Controle Externo, o Tribunal de Contas (TCE-ES) realizou, nesta sexta-feira (27), ciclo de palestras em parceria com a Ascontrol, com o objetivo de discutir os desafios e oportunidades da carreira. Abrindo o evento, o presidente da Ascontrol, Rafael Lamas, apresentou um breve histórico da profissão. O presidente da Corte, conselheiro Sergio Aboudib, agradeceu os auditores pela importante função que desempenham. “Que possamos nos motivar para fazer do nosso tribunal de contas uma Corte cada dia melhor”.
O Dia Estadual do Auditor de Controle Externo foi instituído pela Lei 10.803/2018, de autoria do deputado estadual Sergio Majeski. Ele foi representado pelo secretário-geral da ONG Transparência Capixaba, Edmar Camata, que falou sobre transparência das contas públicas e amadurecimento institucional. Camata iniciou sua palestra falando da necessidade de reconhecimento das falhas das instituições públicas no combate à corrupção para que se trilhe um novo momento. E, para ele, o reconhecimento do Dia do Auditor já é um passo, por levantar um debate necessário sobre a atuação da carreira.
“O servidor público vê a conta da corrupção chegar para ele. É necessário encontrar o caminho da legitimidade junto a sociedade. É papel da Ascontrol buscar esse reconhecimento que não é só institucional e profissional, mas é social.”
Camata também destacou a importância da transparência no combate à corrupção. “Transparência é o remédio. Informação é bem público e o Estado é o guardião da informação, não o dono”, afirmou, apresentando que o Brasil possui uma boa base legal sobre o tema. O secretário da Transparência Capixaba encerrou sua participação citando o cientista Albert Einstein: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. “Precisamos fazer a mudança acontecer. Não tenho pressa. Sei que a carreira de vocês, nos próximos 20 anos, será a mais demandada para gerar essa mudança”, concluiu.
Reflexão
Vindo da carreira de auditor, com mais de 20 anos de Tribunal de Contas, o conselheiro Carlos Ranna, segundo palestrante, começou sua fala lembrando do início de sua trajetória na Corte, discorrendo sobre as dificuldades da época e a hostilidade com que os auditores eram recebidos nos trabalhos externos. “Tenho uma expectativa tremenda. Se com tantas dificuldades chegamos até aqui, tenho certeza que em 20 anos estaremos ainda melhor. Teremos obstáculos, mas acredito no potencial da carreira, da função e da nossa atuação firme e tempestiva.”
O conselheiro levantou alguns pontos de discussão para reflexão, como a necessidade de conhecer “o outro lado” para o exercício da fiscalização, o momento da divulgação dos relatórios técnicos elaborados pelos auditores, a atuação da Atricon e a Lei 13.555, recentemente sancionada com vetos parciais pelo presidente Michel Temer. “Não podemos abrir mão da independência funcional, se não todo o esforço terá ido por água abaixo”, defendeu.
Ranna ainda apresentou em linhas gerais o Marco de Medição de Desempenho (MMD), gerenciado pela Atricon, que tem, segundo ele, auxiliado na melhoria de atuação das Cortes. “O MMD induz a uma “competição” sadia entre os tribunais e a Atricon, com base nesse projeto, trabalha para reduzir as assimetrias entre os TCs.
Desafios e oportunidades
Em sua palestra, o secretário-geral de Controle Externo, Rodrigo Lubiana, convidou os auditores presentes a, por um link acessível pelo celular, apresentarem os três maiores desafios para a carreira. O resultado foi projetado na tela, como nuvem de palavras, tendo destaque para independência, transparência e efetividade.
Ele seguiu sua palestra demonstrando os marcos da contribuição dos auditores nos avanços da Corte, passando pela Lei Orgânica e Regimento Interno, manuais de Auditoria e de Benefícios, projetos CidadES, e-TCEES, especialização de controle.
O mesmo convite feito no início da palestra, Lubiana solicitou a participação dos auditores para apresentarem as oportunidades, gerando como resultado valorização salarial, reconhecimento e especialização. Por fim, foi feita uma enquete para os servidores apresentarem o que esperam para o futuro, em uma palavra.
Encerrando o evento, o auditor Lyncoln Reis fez palestra motivacional, falando sobre o ciclo da realidade de Jean-Paul Sarte, que, em suma, trata da realidade que enxergamos, que nos gera sentimentos e ações – que podem ser positivas ou negativas.
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