É claro que quando o assunto é assédio no ambiente de trabalho – seja ele moral ou sexual – o foco deve ser a atenção às vítimas. Contudo, quando esses casos acontecem, os problemas também são sentidos pela instituição. É isso que vamos abordar nesse terceiro conteúdo relacionado à campanha “Dia da Ética – Precisamos falar sobre assédio” e aos debates do “Corregedoria Day”.
A “Cartilha de Conscientização e Combate ao Assédio Moral e Sexual nos Tribunais de Contas”, produzida pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), apresenta que os danos aos trabalhadores podem ser divididos em psicológicos, físicos, sociais e profissionais.
Entre os profissionais, os autores citam falta de foco, redução da produtividade, erros na execução das atividades, falta de tolerância e paciência no ambiente de trabalho e desagrado às ordens superiores, gerando desobediência e rejeição. Uma pesquisa realizada com vítimas de assédio apontou os principais reflexos da agressão.
Os trabalhadores que sofreram assédio moral sentiram: aumento do stress (37,8%), ansiedade (29,4%), síndrome de Burnout (7,2%), depressão (5,7%), outros sintomas (5,7%) e nenhum sintoma (5,4%).
Já os que foram vítimas de assédio sexual registraram: aumento do stress (34,8%), síndrome de Burnout (29%), depressão (10,5%), ansiedade (3,9%), outros sintomas (5,8%) e nenhum sintoma (16%).
E os danos às instituições? Bem, os autores da Cartilha preparada pelo IRB apontaram como principais reflexos o prejuízo à imagem institucional; deterioração das condições de trabalho; diminuição da produtividade, criatividade, motivação e satisfação.
Também podem ser registrados o aumento de faltas e afastamentos dos servidores; a evasão de pessoal qualificado e os custos de contencioso para a instituição.
Como ajudar a evitar este tipo de situação?
A falta de capacidade para gerir pessoas é um dos principais fatores que acabam resultado em casos de assédio. Dessa maneira, desenvolver habilidades de liderança nos gestores é uma das principais ferramentas que as instituições podem adotar para reduzir os casos de violência laboral.
O primeiro passo é declarar que assédio e violência não são tolerados e agir em conformidade com essa declaração. Em seguida é informar. Por isso promover palestras, oficinas e cursos sobre o assunto, realizar treinamentos constantes de funcionários e gestores com a finalidade de sensibilizá-los e conscientizá-los a respeito do problema e seus impactos é fundamental. Nesses momentos é interessante ter facilitações de dinâmicas para que funcionários possam refletir a respeito de seu ambiente de trabalho e verbalizar suas eventuais frustrações.
Outra recomendação é a realização de ‘rodízio’ em cargos de chefia – não raro é possível encontrar pessoas que ocupam os mesmos cargos por anos. Da mesma forma, é válido realizar questionários em esquema de pontuação para avaliar gestores em liderança, com critérios como tempo de liderança, quantidade de liderados, quantos são mulheres, quantos permaneceram no setor, quantos pediram para sair desde a chegada dele.
Também é necessário ter um canal claro e direto para o recebimento de denúncias. A cartilha preparada pelo IRB sugere com base nas experiências de outros órgãos e boas práticas, que a pessoa responsável por receber as denúncias seja preferencialmente mulher, pois, como apresentado, são as mulheres as maiores vítimas de assédio e, segundo pesquisas realizadas, elas se sentem mais confortáveis de denunciar o assédio e serem acolhidas por outra mulher.
Assédio é crime
Assédio é crime e não pode ser banalizado. Seja ele moral ou sexual, é preciso ser denunciado e investigado. Caso uma denúncia de assédio vá para a via judicial, o órgão no qual o ato tenha ocorrido pode ser responsabilizado. Isso acontece porque cabe à instituição proporcionar um ambiente de trabalho adequado ao funcionário, se tornando responsável pelos atos de quem ela contrata.
Por isso, é necessário que o Tribunal tenha normativos de enfrentamento ao assédio moral, sexual e discriminatório próprios, de maneira a proporcionar um ambiente de trabalho saudável e também comprovar que atua no combate a todo tipo de assédio, agindo de acordo com sua responsabilidade.
Semana da ética e Corregedoria Day
Ao longo desta semana publicaremos na intranet textos relacionados sobre o assédio. Já falamos sobre assédio moral, os problemas do assédio, e este que você acabou de ler. Todos os conteúdos utilizam a cartilha do IRB como referência.
Clique AQUI para ler a cartilha completa.
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